Paulo Henrique dos Santos
Com a pandemia, diversos estudos sobre o comportamento humano estão sendo conduzidos, trazendo dados alarmantes. Se antes, ansiedade e depressão afetava mais adultos, agora o aumento expressivo ocorre em todas as faixas etárias. Medo de morrer, medo de perder algum ente querido, de perda de emprego, etc. são as queixas mais comuns. Uma pesquisa realizada em março de 2020 pela faculdade de psicologia da UERJ aponta um aumento significativo de pessoas com depressão, de 4,2% para 8%. Lembrando que estes dados são do início da pandemia. Se antes da pandemia a ansiedade e depressão já eram conhecidas como “mal do século”, por sua recorrência no mundo contemporâneo, hoje estão afetando de forma mais profunda e duradoura as pessoas.
A falta de um diagnóstico especializado, muitas vezes faz com que a depressão venha acompanhada de diversos sintomas, e ‘mascare’ o desconforto emocional, trazendo sintomas como fadiga, anorexia, insônia, dor de cabeça regular, desconforto gástrico, e por aí vai. Há estudos relacionando a fibromialgia a depressão, por exemplo.
Tal quadro faz com que a batalha para vencê-la seja muito mais difícil para a maioria das pessoas, pois estas a associam com problema de saúde física.
Abaixo, algumas dicas para reconhecer e buscar ajuda nestes tempos tão difíceis.
Acompanhamento psicológico
As mudanças de hábitos, o isolamento e a privação trazem uma série de desconfortos. O ser humano é gregário e caso tenha que se privar desses contatos sociais básicos, sofre em demasia. Crianças sem escola, adultos sem escritório, idosos sem visitas de parentes e amigos. Só pelo fato de compartilhar as emoções já traz alivio e ajuda a elaborar melhor o momento pelo qual a pessoa está passando. O terapeuta será capaz de, por meio da fala e outras práticas, as quais variam de acordo com o segmento que o profissional segue, levar o indivíduo a lidar com a depressão, entendê-la e, por fim, superá-la. Sem esse apoio, superar a depressão pode se tornar um obstáculo extremamente árduo.
Atividade Física
Uma das características da depressão é a falta de energia. Um desafio será realizar alguma atividade física. Comece com caminhada. A movimentação do corpo ajuda na produção de endorfinas, também conhecidas como hormônio da felicidade. Para quem já pratica alguma atividade, desafie-se a continuar. O contato com a natureza também ajuda na liberação das endorfinas. Uma caminhada na praia, um parque ou mesmo uma praça, ajuda neste processo.
Boa alimentação e bom sono
A irregularidade no sono é sintoma da ansiedade e da depressão. Regularizar o ciclo do sono é fundamental para uma boa saúde mental, pois é através do sono que o corpo se recupera através do descanso e da correta produção hormonal. É claro que dormir deprimido pode ser um desafio grande. Por isso, separamos algumas dicas que podem ajudar:
- Não ingira alimentos ou bebidas alcoólicas antes de dormir;
- Afaste-se de fontes luminosas, como computadores e celulares, pelo menos 40 minutos antes de ir para cama;
- Não beba cafeína, lembrando que muitos chás e refrigerantes possuem cafeína em sua composição;
- Mantenha um horário regular para dormir e acordar.
Ser seletivo quanto as informações
Sofremos por infoxicação, isto é, excesso de informações. Noticiários, redes sociais, enfim, absorvemos informações ou fragmentos destas que nos fazem entrar em estado de medo, raiva, preocupação. Selecione uma fonte confiável e baseie-se nela para formar seus conceitos e ideias.
Paulo Henrique dos Santos é Psicólogo pela PUC-SP, desenvolveu carreira na área de gestão de pessoas e desenvolvimento humano, ocupando cargos de gestão nos últimos 17 anos. Possui MBA em Administração de Pessoal pela Universidade São Marcos e Especialização em Gestão de Pessoas pela FGV-SP. Coach, PNL Practitioner e Hipnólogo.