Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desenvolveram bioplásticos que se degradam rapidamente quando compostados ou expostos ao ambiente, utilizando partículas encapsuladas de alimentos funcionais como chia e oleaginosas. Estes bioplásticos são uma alternativa aos plásticos sintéticos, cujos resíduos são nocivos à saúde humana e à vida marinha. Atualmente, a poluição por plástico é um dos maiores desafios ambientais da humanidade.
A pesquisa, apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), está em fase de patenteamento, e os pesquisadores buscam empresas interessadas em produzir o bioplástico em larga escala, contribuindo para o enfrentamento da poluição plástica.
Análise: Victoria Almeida, gerente de programa para a América Latina na Fundação Ellen MacArthur
Inovações como a desenvolvida pelos pesquisadores da UFRJ fazem parte da jornada de transição para uma economia circular dos plásticos. Em 2020, o estudo “Breaking the Plastic Wave” mostrou que se implantássemos todas as soluções conhecidas para os resíduos plásticos na velocidade e escala máximas realistas, até 2040, isso ainda resultaria em mais de 150 milhões de toneladas sendo depositadas em aterros, incineradas ou mal gerenciadas todos os anos. Isso representa uma melhoria de 80% em comparação com a situação atual, mas ainda é inaceitavelmente alto. Portanto, além de ampliar radical e imediatamente as soluções conhecidas, precisamos de muita inovação para obter novos materiais, modelos de negócio, design de produtos e tecnologia para chegarmos a um sistema econômico em que os plásticos se mantém em circulação e fora do meio ambiente.
Os bioplásticos são uma alternativa ao plástico convencional, mas não podem ser considerados a solução, em si. Junto com a inovação do material, é preciso garantir que ele seja compostado na prática e que o cultivo dos insumos usados na sua produção seja regenerativo para a natureza. Além disso, precisamos também continuar eliminando os plásticos que são desnecessários e garantir que aqueles que são necessários sejam circulados na prática e em escala.