Projeto “Escolas +Verdes” leva biodigestores nas escolas que não contam com tratamento sanitário, possibilitando a produção de biogás a partir de resíduos orgânicos
O
primeiro painel realizado nesta terça-feira (8/11), no estúdio montado na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, foi sobre o programa “Escolas +Verdes”, implementado pelo Ministério da Educação em parceria com o Ministério do Meio Ambiente para promover a sustentabilidade nas escolas. A apresentação do projeto contou com a participação dos ministros do Meio Ambiente, Joaquim Leite, e da Educação, Victor Godoy.
A medida tem investimento inicial previsto de até R$ 300 milhões para serem usados em ações de cidadania e educação ambiental, como a separação e tratamento de resíduos, reciclagem, logística reversa, reuso e eficiência no uso de água, eficiência energética e energias renováveis.
Na primeira etapa, estão previstos R$ 100 milhões para a instalação de biodigestores nas escolas que não contam com rede de tratamento sanitário, possibilitando a produção de biogás a partir de resíduos orgânicos. O biodigestor é um equipamento que produz, além do biogás, o biofertilizante líquido. Assim, cascas, sementes, bagaço de frutas e restos de legumes deixam de ir para o lixo comum e geram o biogás, que retorna para o fogão no preparo da merenda, substituindo a compra de botijões de GLP. Já o biofertilizante líquido pode ser utilizado em hortas, pomares e jardins da escola. O biodigestor pode ser usado, ainda, para o tratamento de esgoto em escolas que ainda não têm saneamento básico.
“É um instrumento que, inclusive, vi ser utilizado como ferramenta pedagógica. Numa aula de química, por exemplo, numa aula de ciências, o professor pode utilizar o biodigestor para ensinar como está acontecendo aquele processo de transformação da matéria orgânica no biogás e no fertilizante”, explica o ministro Victor Godoy.
A experiência com biodigestores nas escolas começou em 2019, quando o município de Venâncio Aires, no Rio Grande do Sul, participou de uma chamada pública lançada pelo Ministério do Meio Ambiente com o projeto de instalação desses equipamentos para reaproveitar o lixo produzido na escola. A iniciativa chegou a 23 escolas do município e ajuda a despertar a educação e cidadania ambiental dos alunos por meio de uma conexão com disciplinas como ciências, química, física, matemática e biologia.
Para a segunda fase do programa, a previsão é que sejam investidos R$ 200 milhões, abrangendo outras iniciativas sustentáveis.
“A próxima etapa é falar em reciclagem. Uma vez que se evitou que esse lixo orgânico fosse para aterros sanitários, do outro lado também fomenta na escola, a criança começa a entender o que é reciclagem”, destacou o ministro Joaquim Leite.
Escolas públicas ou particulares que adotem práticas de sustentabilidade também poderão requisitar o selo Escola +Verde. A certificação é um reconhecimento do Ministério do Meio Ambiente e um diferencial para estimular a educação ambiental dentro e fora de sala de aula.
No painel, o ministro da educação falou também do Programa Energif, que investe na construção de usinas de energia solar e de laboratórios de referência em energia solar nos Instintos Federais de Educação. De 2019 a 2022, o MEC investiu R$ 85 milhões no IFE, formou mais de 600 professores, instalou mil usinas fotovoltaicas nos prédios do Instintos Federais e construiu sete laboratórios de referência em energia solar. “Agora queremos ampliar para universidades federais”, disse o ministro Victor Godoy.
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ASCOM MMA