No dia 4 de outubro é celebrado o Dia Internacional do Tratador de Animais, uma data que reconhece a importância desses profissionais dedicados ao bem-estar da fauna. No Zoológico de São Paulo, Rogério da Cruz e Maria das Neves são exemplos de dedicação e amor pelos animais.

Rogério, que integra a equipe do zoo desde 1989, inicia sua rotina antes do nascer do sol, garantindo que os cuidados com os animais comecem desde cedo. Maria, por sua vez, é parte da equipe há 13 anos e também se levanta cedo para cumprir suas tarefas.

Ambos compartilham uma paixão inabalável pelos animais, dedicando suas manhãs e tardes a garantir atenção e os cuidados necessários. A atuação desses profissionais é fundamental para a preservação e o bem-estar da fauna que habita o zoológico, tornando o espaço um lugar seguro e acolhedor para os animais e os visitantes.

A rotina diária inclui tarefas minuciosas, como entregar dietas específicas para cada animal, limpar os ambientes e acompanhar a evolução dos mais novos. Quando é preciso renovar ou realizar mudanças nas “casas”, os profissionais participam de toda a preparação do ambiente, de acordo com o necessário para manter o comportamento natural de cada espécie: confecção de tocas, casinhas, circuitos com galhos, cordas, entre outros elementos.

Os tratadores são responsáveis por alimentar, monitorar a saúde e garantir o bem-estar de centenas de espécies, desde pequenos répteis até imponentes felinos. O Zoo conta com mais de 60 desses profissionais, os quais também têm como missão reportar aos biólogos e veterinários mudanças comportamentais dos animais para que sejam realizados exames e tratamentos, caso necessário. 

O trabalho contempla ainda funções importantes no campo do comportamento animal como o condicionamento – conjunto de técnicas que facilita a realização de procedimentos procedimentos de saúde sem o uso de anestésicos – e o enriquecimento ambiental – que estimula os animais a desenvolverem e manterem seus hábitos naturais, por meio de atividades relacionadas aos sentidos, como tato, paladar, olfato, audição, além da curiosidade e inteligência.

Maria, já fez um pouco de tudo durante sua vida profissional, mas foi em 2011 que ela descobriu sua verdadeira vocação ao se tornar tratadora de animais silvestres. A profissional conta que já cuidou de quase todos os mamíferos e, atualmente, está com as aves. “Durante esse tempo trabalhando aqui, aprendi a respeitar os animais e gostar cada dia mais deles. Não me vejo fora daqui, longe deles. Eles reconhecem a gente pelo cheiro, pelo tom de voz”, conta. 

“Cuidei de quase todas as espécies durante o tempo que estou aqui, atualmente sou responsável pelo setor de mamíferos. A convivência com os animais faz parte da minha vida. Aprendi a respeitar e entender os animais, eles retribuem todo o carinho e cuidado que damos a eles. E no caso dos mamíferos então, eles sentem a nossa presença. É muito gratificante essa convivência “, conta Rogério.

A experiência acumulada ao longo dos anos faz com que Rogério e Maria sejam referência para a equipe. Eles ajudam a treinar novos tratadores, transmitindo o conhecimento adquirido. Para eles, o segredo para tanto tempo de dedicação é simples: amor pelos animais e o desejo constante de aprender.

Para exercer a função são necessárias algumas competências técnicas que variam desde resistência e força física (por exemplo, algumas tarefas exigem que o tratador saiba nadar), até a facilidade com atividades mais finas, delicadas e detalhadas como alimentar um axolote (espécie de salamandra) com a pinça. 

Angelita Capobianco é  a bióloga responsável pelo programa de bem-estar animal e faz parte da coordenação das equipes. Ela explica que “todas as técnicas podem ser aprendidas, mas também é importante considerar as afinidades individuais. Um bom tratador precisa ser paciente, atento e responsável. Precisa compreender que dele depende a vida dos animais e a missão do zoológico”.

Para quem deseja seguir nessa profissão, a bióloga diz que é positivo procurar formas para desenvolver experiência no cuidado de animais. “O candidato pode buscar adquirir algum tipo de experiência por meio de estágios, trabalhos voluntários ou oportunidades com animais domésticos, isso ajuda a conhecer os desafios. Outra dica é estar disposto a aproveitar oportunidades em diferentes funções e diferentes locais”, diz. Vale dizer também que o trabalho de cuidar dos animais começa bem cedo e precisa ser feito todos os dias: “faça chuva ou faça sol”, afirma Angelita.

Além dos desafios, existem o propósito e motivações: “a melhor parte do trabalho é ver os animais saudáveis, tranquilos e aproveitando o ambiente e os cuidados que oferecemos para que eles possam descansar e brincar. Isso é resultado do nosso trabalho, faz valer todo o esforço e ajuda a superar qualquer dificuldade”, celebra a bióloga. 

Para Rogério, a motivação do trabalho é ver o animal feliz. “A retribuição que os animais demonstram vale mais que qualquer valor financeiro para mim. Ver eles saudáveis e felizes é a maior recompensa”, conta o tratador. 

 Maria diz que tem muito orgulho da profissão. “Cuidar bem e dar todo amor que posso é minha motivação. Eles reconhecem a gente, mesmo quando passamos um tempo longe, quando voltamos, eles nos reconhecem. Não tem como não se apegar”, afirma. 

Serviço:

Funcionamento: das 9h às 17h e bilheteria até às 16h 

Site: ingressos.zoologico.com.br 

Central de vendas/WhatsApp (das 9h às 18h20): 11 4934 6804

Endereço*: Avenida Miguel Estefano, 4241, Água Funda – São Paulo – SP – CEP 04301-905 

Sobre o Zoo São Paulo

O Zoo São Paulo existe há 66 anos e está localizado num fragmento de Mata Atlântica, dentro do Parque Estadual Fontes do Ipiranga (PEFI), na zona sul da capital. A tradicional instituição é referência em reprodução e conservação de espécies ameaçadas. O local possui quase três mil animais de diversas espécies e é um importante polo de lazer e educação ambiental. O funcionamento é das 9h às 17h e bilheteria até às 16h, na avenida Miguel Estefano, 4241, Água Funda. Mais informações, acesse o site: https://zoologico.com.br/atracoes/