Escrito por IAS em 18 Janeiro 2022 Postado em Blog.
Artigo escrito por Sofia Jucon | Parceria IAS e Ecowords
O aquecimento global tem se tornado um dos grandes desafios da atualidade. Eventos climáticos extremos decorrentes do colapso climático, como tempestades, secas intensas, alteração nas temperaturas e no regime das marés, acendem o sinal de alerta em todo o mundo. Documento divulgado recentemente pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas reafirma a necessidade de limitar o aquecimento do planeta em até 1,5ºC em relação ao período pré-industrial para evitarmos um cenário sem retorno.
Segundo Vera Imperatriz Fonseca, professora titular sênior do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, estamos chegando em uma etapa da vida na Terra que é preciso passar por grandes mudanças, alterando nossos hábitos e vivendo de modo mais simples. A conservação da natureza é um caminho para controlar as mudanças climáticas e, com isso, conter também o aquecimento global. “Todos nós, no nosso dia a dia, precisamos gastar menos energia, economizar água, plantar árvores. Não é mais uma decisão apenas governamental, é necessária a participação de todos. As alterações climáticas também vão causar uma diminuição na pluviosidade em muitos locais, inclusive no Brasil. Isso vai impactar a sobrevivência de espécies de plantas e animais e os benefícios da natureza para os homens (os serviços ecossistêmicos). Agricultura, saúde e as áreas naturais vão sofrer, se cada um de nós não pensar seriamente no nosso papel”, explica.
A Rede de Especialistas de Conservação da Natureza é uma reunião de profissionais, de referência nacional e internacional, que atuam em áreas relacionadas à proteção da biodiversidade e assuntos correlatos, com o objetivo de estimular a divulgação de posicionamentos em defesa da conservação da natureza brasileira. A Rede foi constituída em 2014, por iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.
Confira seis atitudes simples que a Rede de Especialistas de Conservação da Natureza considera que podemos ter no dia a dia e que ajudam a conter o aquecimento global:
1 – Consuma menos carne
A agropecuária é a principal responsável pela emissão de gases de efeito estufa no Brasil. De acordo com o último relatório do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), mais de 70% das emissões totais do País estão ligadas à atividade, levando em consideração o desmatamento para pastagem, adubação, o metano emitido pelo gado e o transporte dos produtos. Nesse sentido, uma alimentação mais diversificada, com menor consumo de carne vermelha, além de saudável, contribui para reduzir as emissões.
2 – Não desperdice alimentos
O relatório do Painel Intergovernamental aponta que cerca de um terço de todo o alimento produzido no mundo é desperdiçado em algum ponto da cadeia. Minimizar essa perda traz ganhos para a segurança alimentar e ajuda na redução dos gases de efeito estufa, emitidos tanto para a produção de alimentos, como no transporte dos produtos, por exemplo. O planejamento das compras ajuda a evitar o desperdício. Além disso, vale apostar na compra de frutas, legumes e verduras que não estão tão bonitos nas prateleiras do mercado, mas que ainda podem ser consumidos. Normalmente, esses produtos ainda têm preços mais baixos.
3 – Dê preferência a produtos locais
Procurar fornecedores perto de casa também é uma ótima opção para o meio ambiente. Além da conservação da natureza, isso vai fomentar a economia da região onde você mora, comprar de produtores locais ajuda a diminuir a emissão de CO2 liberado com o transporte dos produtos. Além disso, a maior parte dos pequenos produtores rurais, da agricultura familiar, faz uso de técnicas mais sustentáveis de cultivo.
4 – Busque alternativa para o transporte
Caminhar faz bem à saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda 150 minutos de atividade física leve ou moderada por semana, o que equivale a cerca de 20 minutos de caminhada por dia. Por isso, nada melhor que percorrer pequenas distâncias a pé, deixando o carro na garagem. Além de queimar calorias, a escolha reduz a emissão de gases de efeito estufa e, com certeza, o aquecimento global. O uso da bicicleta também é válido. Para quem precisa percorrer distâncias maiores, vale usar o transporte coletivo alguns dias da semana, adotar a carona solidária, compartilhar deslocamentos por meio de aplicativos e dar preferência a veículos elétricos, híbridos ou mais eficientes, com uso de biocombustíveis.
5 – Consumo consciente
Repensar o consumo excessivo de produtos ajuda a economizar e ainda contribui com o planeta. Roupas podem ser compradas em brechós ou adquiridas em novas modalidades, como aluguel ou troca de peças. Além disso, é possível investir em produtos duráveis e de melhor qualidade que podem ser usados por mais tempo. Reduzir a compra de produtos descartáveis também ajuda a diminuir a produção de lixo e a emissão de gases de efeito estufa para a produção e o transporte.
6 – Cobre políticas públicas
O aquecimento global afeta a todos e, por isso, é importante que o tema seja contemplado em políticas públicas, como ações para conservação da natureza, reduzir o desmatamento, proporcionar a adoção de novas alternativas de mobilidade urbana e incentivar o uso de energias renováveis. Cobre o comprometimento de políticos com essa temática e acompanhe as promessas dos candidatos eleitos.
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